Boa Viagem é um bairro nobre e uma praia localizados na Zona Sul do município de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, Brasil.
O bairro caracteriza-se pela vida pacata que ainda se desfruta naquele logradouro. Predominantemente residencial, possuiu inúmeras casas construídas ainda no século XIX. Porém também concentra muitas edificações residenciais modernas de alto padrão.
Banhado pela praia da Boa Viagem, tem como bairros limítrofes, o Ingá, São Domingos e Gragoatá. Dentro de sua área localiza-se o Museu de Arte Contemporânea (MAC), cujo edifício foi projetado pelo Arquiteto Oscar Niemeyer. Na faixa de asfalto do museu, localizado na orla, mais precisamente na enconsta do morro, estão prédios novos que são considerados os mais caros de Niterói no momento. Em obras, no primeiro semestre de 2007, havia pelo menos quatro. Essa mesma área é também muito utilizada para vôos de asa delta e similares.
A Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e a Bateria de Nossa Senhora da Boa Viagem, localizadas na ilha que deu nome ao bairro, tombadas pelo IPHAN, remontam ao Século XVII.
Registram-se inúmeros traillers em sua orla e pequenas praças e mirantes. Num destes encontra-se o monumento em homenagem ao navegador português Pedro Álvares Cabral.
Praias: Boa Viagem, Icaraí e São Francisco. |
Praia de Boa Viagem |
Vista do mirante do MAC. |
A igreja de Boa Viagem |
Praias, Ilha e Bairro da Boa Viagem vista do mirante do Museu de Arte Contemporânea de Niterói.
Fonte do texto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Boa_Viagem_(Niter%C3%B3i)
Fotos: Rosemary Quintas
Museu de Arte Contemporânea de Niterói
A História do Início
Foi num dia ameno de maio, 1991. Eu acompanhava o arquiteto Oscar Niemeyer e o prefeito Jorge Roberto Silveira, procurando na orla marítima um terreno adequado ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Mas no meio do caminho, no mirante da Boa Viagem, já era evidente que o destino acertara. Seria ali o museu que ainda não tinha forma, mas nascia com invencível vocação de ser.
O prefeito, que não era de meias medidas, encarregara-me de convidar Oscar Niemeyer, ver se ele queria fazer um museu de arte contemporânea em Niterói. Fui a Anna Maria e falamos com Oscar. Toda a pequena história dos cinco anos que se seguiram é, aliás, marcada por essa mágica e feminina presença: uma intuição rara e sensível, sua participação foi de uma competência tão constante e discreta que parece implícita, e é tempo de registrar. Porque João e Sylvia Sattamini entram no MAC com a coleção, e sua generosidade inteligente já se integra ao sucesso do museu. E os críticos e curadores, crentes da próxima hora, têm o resto da vida para animá-lo.
No dia 15 de julho, o Arquiteto e o Prefeito apresentaram à imprensa o anteprojeto arquitetônico: belo e absolutamente surpreendente, já resolvido, na escala paisagística e na forma-estrutura de concreto armado, com apoio central – aflorando do espelho d'água que é um eco do mar – como um firme caule que se abre em flor, chama, cálice? Para conter as salas de trabalho, o nobre e vasto salão de exposições, a varanda belvedere a toda a volta e os seis setores do mezanino, onde o ritmo das vigas protendidas em balanço de 11 metros e a penumbra museológica lembram paradoxalmente a calma de criptas milenares.
A obra foi inaugurada no dia 2 de setembro de 1996. Alguns anos de história e já os fatos e personagens intermediários – embora fundamentais – vão se esbatendo sob a sombra dos protagonistas maiores: o MAC é criação e decisão do arquiteto Oscar Niemeyer e do prefeito Jorge Roberto Silveira. A história crítica sempre se funde com a história monumental ou mítica, guardando-se o resto na história que Nietzsche chamava de antiquária. Mas nesses recantos de memória, ainda lembro o dia – era secretário da Cultura de Niterói – em que fui procurado por Anna Maria Niemeyer, amiga de toda a vida, e pelo colecionador João Sattamini, acompanhados pelo agressivo artista, mas civilizadíssimo curador da coleção, o pintor Victor Arruda. O famoso colecionador queria condições favoráveis para doar à nossa cidade a sua coleção de obras de arte contemporânea brasileira – a maior do país no setor. Pensavam em reformar prédios antigos, a meu ver mal localizados para a evolução urbana, já então incessante, de Niterói.
O tempo decorrido foi bastante para que o museu temperasse a sua primeira equipe técnica – como esquecer as reuniões com Luiz Antonio Mello estimuladas pela ansiedade fidalga de João Sattamini? Anna Maria, nem sempre de longe, montou com Victor Arruda a orquestração polifônica de A caminho de Niterói, no Paço Imperial da Praça Quinze, onde minipeças e grandes formatos encontraram uma unidade que era a antevisão do MAC. Os móveis também vieram de Anna Maria: poucos, mas afinadíssimos – volume, cor e textura – para ambientação do espaço arquitetônico. As tarefas executivas deslizaram tão naturalmente para as mãos firmes de Dôra Silveira que chego a pensar que foi o destino mesmo do museu que quis assim.
E rapidamente passou-se o resto desta narrativa. Juntaram-se a nós – para a museologia, a teoria e a pesquisa, a arte-educação, a arquitetura museográfica e a administração – Marcia Müller e Rose Miranda, Luiz Camillo Osorio e Guilherme Vergara, Sandro Silveira, Ricardo Brugger e Manoel Vieira, Telma Lasmar e Alexandre Vasconcelos. Peter Gasper trouxe a sua alquimia luminosa. A curta distância, o olhar culto e fraterno de Cláudio Valério Teixeira e os companheiros eficientes da Secretaria da Cultura e da Emusa…
Com Oscar Niemeyer, veio a equipe de desenvolvimento, Jair Valera e Anna Elisa Niemeyer, a fiscalização veterana do Hans Müller. E, é lógico, a ciência de Bruno Contarini, cujo cálculo para a estrutura de concreto armado respondeu fielmente à ousadia formal da arquitetura.
Oscar Niemeyer (2006)
"Como é fácil explicar este projeto!
Lembro quando fui ver o local. O mar, as montanhas do Rio, uma paisagem magnífica que eu devia preservar.
E subi com o edifício, adotando a forma circular que, a meu ver, o espaço requeria.
O estudo estava pronto, e uma rampa levando os visitantes ao museu completou o meu projeto. "
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