O TROVADOR PORTUGUÊS MAIS SIMPÁTICO DO BRASIL.
José Pais de Moura |
MINHA VIDRAÇA
I
IX
Vejo meu mundo rodar O rio, desliza
no leito
Tanta coisa que se passa... E o
nevoeiro embaça,
Vejo a terra aflorar De leve, com
muito jeito
Através da minha
vidraça. Estou limpando a vidraça.
II
X
Vejo a chuva, sinto o
vento Vejo o
crepúsculo, já noite
A tempestade ameaça. Minha vizinha, a
desgraça: Se cansada logo sento O
marido a dar aceites
Encostadinha à
vidraça. Não distante desta vidraça.
III
XI
Vejo o voo duma
andorinha
Vejo o ébrio, e ao passar
A borboleta esvoaça, Faz muita, muita arruaça,
Também voa a joaninha E logo
tentei acalmar
Pertinho da minha
vidraça. Saindo da minha vidraça.
IV
XII
Vejo a criança
descalça Um casal de namorados
Já outra, fazendo
pirraça, Que se beija e se amassa,
E certa amiga que é falsa
Tantos outros apaixonados
Olhando pra minha
vidraça. Os vejo, sim, da vidraça.
V
XIII
Vejo além o casario Vejo estrelas,
vejo a lua
A chaminé que fumaça, Meu gato, que também caça,
Vejo o sol tão
luzidio Vejo a
calçada da rua
A esquentar a
vidraça.
Por debaixo da vidraça.
VI
XIV
Vejo a água jorrando
na fonte Lembro, do tempo que passou
Um carro que
ultrapassa, Passado
que já não passa,
Frontal, o lindo
horizonte Das histórias do meu avô
Que belo, da minha
vidraça! Inda não tinha a vidraça!
VII
XV
Vim da rua, da labuta Vejo chegar os meus netos
Vi muita gente na
praça. Meu filho, tanto me abraça,
Eu sei bem, que não me
escuta Os netinhos nunca estão quietos
Mas falo pra minha vidraça! Quebraram minha vidraça.
VIII
XVI
Tive um amor que Deus
me deu Fiquei
triste, mas lembrei :
Nesta rua também
passa, Tudo em criança é graça.
Com o lenço digo-lhe
adeus Dias após, eu comprei
De dentro da minha vidraça.
“meu
mundo”... outra vidraça!
Niterói/2012
José Pais de Moura Simões
A M O R
Amor é paixão que
arde, e não tem chama,
É fruto que deseja um
ser, pra ser feliz.
É amor abrangente,
verdadeiro, quando ama,
É erguer as mãos pros
céus, acatar o que Ele diz.
Amor é ter bondade. Não
mais guerras, tantas lutas!
Lançar a caridade
como Deus assim deseja.
Amor, não é ódio, não
inveja, não disputas...
È, perseverança,
repartir com quem almeja.
É acolher, acalentar,
é ser humano,
É não querer a
desavença, não morrer como tirano,
Não ferir seu
inimigo. É, expandir sua bonança.
É o carinho à sua
Pátria, é ter no peito fervor,
Dia a dia ter no lar
pão e vinho, seu suor,
É, amor materno... É
beijar uma criança!
Niterói/Brasil
Maio/2012 José Pais de Moura
Always Unlucky,thank you and for you too.
ResponderExcluirForgive me for not having answered.