Na Campus Party, jornalistas discutem o papel das Redes Sociais na imprensa
Facebook, Twitter e outras redes sociais estão mudando a forma como a mídia se relaciona com os leitores
Da esquerda para a direita: Demi Getschko, Alexandre Matias, André Forastieri e Ana Brambila
Sabia que uma das grandes tendências da mídia é cada vez mais fazer uso
dessas informações? Um exemplo: a conta de Twitter de um candidato a um
cargo público pode ser usada como fonte de informações sobre as atividades
desse candidato. Outro exemplo mais recente é o recente desastre ocorrido
no RJ – muita gente postou informações nas redes sociais e parte dessas
informações foram usadas pela imprensa. Isso é extremamente positivo para
a mídia na medida em que as informações se tornam mais ágeis, mas elas são
confiáveis?
dessas informações? Um exemplo: a conta de Twitter de um candidato a um
cargo público pode ser usada como fonte de informações sobre as atividades
desse candidato. Outro exemplo mais recente é o recente desastre ocorrido
no RJ – muita gente postou informações nas redes sociais e parte dessas
informações foram usadas pela imprensa. Isso é extremamente positivo para
a mídia na medida em que as informações se tornam mais ágeis, mas elas são
confiáveis?
Esse foi o tema do debate Confiabilidade da informação nas Redes Sociais,
do qual participaram os jornalistas André Forastieri – diretor de editorial da
Tambor Digital, Alexandre Matias – editor do caderno Link, do Estado de S.Paulo,
Ana Brambila – Editora de Mídias sociais do portal Terra e o engenheiro
Demi Getschko – presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do
Ponto BR, responsável pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil.
do qual participaram os jornalistas André Forastieri – diretor de editorial da
Tambor Digital, Alexandre Matias – editor do caderno Link, do Estado de S.Paulo,
Ana Brambila – Editora de Mídias sociais do portal Terra e o engenheiro
Demi Getschko – presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do
Ponto BR, responsável pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil.
O primeiro ponto debatido foi a diferenciação entre jornalismo e mídia social.
André Forastieri aponta que “o jornalismo como a gente conhece está morrendo;
ele é calcado em checagem, fontes, história...tem uma certa precisão.
Já mídia é qualquer coisa, é o papo de bar, é a história que passa de
boca em boca. E a mídia social tem essas características”.
André Forastieri aponta que “o jornalismo como a gente conhece está morrendo;
ele é calcado em checagem, fontes, história...tem uma certa precisão.
Já mídia é qualquer coisa, é o papo de bar, é a história que passa de
boca em boca. E a mídia social tem essas características”.
Para Alexandre Matias, “o jornalismo está passando por uma transformação onde
cai a fronteira entre o online e o offline. O desafio hoje é estar perto e interagir
com o leitor. Mas, pelo menos por enquanto, o que dá credibilidade para um
veículo ainda é o nome”.
cai a fronteira entre o online e o offline. O desafio hoje é estar perto e interagir
com o leitor. Mas, pelo menos por enquanto, o que dá credibilidade para um
veículo ainda é o nome”.
Um consenso entre os participantes é que pouca coisa mudou na internet,
exceto as ferramentas. Demi se lembra que começou a usar a internet em 1989
“em listas de discussão como a Brasnet. A diferença entre aquela lista e
o que acontece hoje no Facebook ou no Twitter é a ferramenta que é mais desenvolvida”.
Para ele, a questão do debate da confiabilidade está além da questão da
veracidade da informação. O que realmente importa, segundo ele, é a análise dos dados.
exceto as ferramentas. Demi se lembra que começou a usar a internet em 1989
“em listas de discussão como a Brasnet. A diferença entre aquela lista e
o que acontece hoje no Facebook ou no Twitter é a ferramenta que é mais desenvolvida”.
Para ele, a questão do debate da confiabilidade está além da questão da
veracidade da informação. O que realmente importa, segundo ele, é a análise dos dados.
E esse parece outro ponto em que todos concordam. Com a quantidade de
informações que circula hoje na rede é importante para os veículos
que seus jornalistas tenham o bom-senso de checar suas informações
e suas fontes. Nada de novo em termos jornalísticos, mas uma prática que
parece estar se perdendo, segundo Ana Brambila: “O jornalista precisa
checar suas fontes. No Terra, nós monitoramos mais de 1500 perfis de
celebridades no Twitter todos os dias. É preciso ter certeza de que aquele perfil é
realmente da celebridade”.
informações que circula hoje na rede é importante para os veículos
que seus jornalistas tenham o bom-senso de checar suas informações
e suas fontes. Nada de novo em termos jornalísticos, mas uma prática que
parece estar se perdendo, segundo Ana Brambila: “O jornalista precisa
checar suas fontes. No Terra, nós monitoramos mais de 1500 perfis de
celebridades no Twitter todos os dias. É preciso ter certeza de que aquele perfil é
realmente da celebridade”.
Ela cita um exemplo onde a sua equipe começou a desconfiar de que o perfil de
Ana Maria Braga não era realmente dela. Haviam postagens no horário em que
o seu programa estava sendo gravado, por exemplo. Uma ligação para a
assessoria de imprensa resolveu o problema: o perfil era verdadeiro.
Ana Maria Braga não era realmente dela. Haviam postagens no horário em que
o seu programa estava sendo gravado, por exemplo. Uma ligação para a
assessoria de imprensa resolveu o problema: o perfil era verdadeiro.
A internet está fechando?
Uma preocupação recorrente entre os participantes da Campus Party
(entre eles Al Gore e Tim Berners-Lee que palestraram ontem) é
de que as grandes corporações e governos passem a exercer controle
sobre o acesso à rede.
(entre eles Al Gore e Tim Berners-Lee que palestraram ontem) é
de que as grandes corporações e governos passem a exercer controle
sobre o acesso à rede.
Demi não entende que isso seja possível: “Os modelos estão mudando e
é claro que ninguém quer perder os seus negócios e privilégios. Mas não
acredito que haja algo que justifique o fechamento completo. O CGI
tem trabalhado para manter a internet absolutamente aberta”.
é claro que ninguém quer perder os seus negócios e privilégios. Mas não
acredito que haja algo que justifique o fechamento completo. O CGI
tem trabalhado para manter a internet absolutamente aberta”.
Já Forastieri entende que “o leitor precisa aprender a ter senso
crítico para que consuma informação em vários lugares
diferentes e crie sua própria opinião. Os geradores de conteúdo
hoje dão tudo mastigado e logo vão querer cobrar por esse conteúdo.
As corporações querem transformar a Internet em um grande shopping center”,
alerta.
crítico para que consuma informação em vários lugares
diferentes e crie sua própria opinião. Os geradores de conteúdo
hoje dão tudo mastigado e logo vão querer cobrar por esse conteúdo.
As corporações querem transformar a Internet em um grande shopping center”,
alerta.
Ele continua dizendo que “a tendência dos portais é atingir as grandes massas,
o mesmo público que assiste TV. Só um terço da população tem acesso à internet,
o restante continua tendo a TV como maior fonte de informação e entretenimento.
Isso afeta diretamente o conteúdo”.
o mesmo público que assiste TV. Só um terço da população tem acesso à internet,
o restante continua tendo a TV como maior fonte de informação e entretenimento.
Isso afeta diretamente o conteúdo”.
A grande polêmica em torno da mídia social hoje em dia gira em torno do WikiLeaks.
Sites como ele, que propagam informação assim como o YouTube e outros podem ser
considerados jornalísticos?
Sites como ele, que propagam informação assim como o YouTube e outros podem ser
considerados jornalísticos?
Para Ana Brambila, não. “O WilkiLeaks e outros propagadores de informação
são apenas um ponto de partida. Uma fonte onde jornalistas podem pegar
a informação e começar o trabalho”.
são apenas um ponto de partida. Uma fonte onde jornalistas podem pegar
a informação e começar o trabalho”.
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