segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

22 de outubro - Dia Internacional de Atenção à Gagueira

Dia Internacional de Atenção à Gagueira

Beatriz Ferriolli

Fonoaudióloga clínica e professora universitária. Especialista em Linguagem, Mestre e Doutora pela FFCLRP-USP. Formação em Antroposofia: Medicina Antroposófica, Quirofonética, Biográfico.



No dia 22 de outubro foi comemorado o Dia Internacional de Atenção à Gagueira (Stuttering Awareness Day). Esse dia foi criado em 1998 por Michael Sugarman, em Oakland, na Califórnia. Atualmente é comemorado no mundo todo.

A primeira campanha brasileira foi em 2005 e teve como tema "Tratamentos para a Gagueira". Em 2006, o enfoque foram as "Causas da Gagueira". Agora, em 2007, o objetivo é esclarecer a respeito da Gagueira Infantil. No período de 13 a 23 de outubro último ocorreram diversos eventos em todo o Brasil para comemorar o "Dia Internacional de Atenção à Gagueira".

Gagueira é uma alteração na fluência da fala que afeta toda a comunicação e sociabilização do indivíduo. Não é uma doença, mas pode estar associada a outras doenças, principalmente, do âmbito psiquiátrico. A gagueira afeta cerca de 4% da população, sendo que 3% melhoram espontaneamente e 1% da população permanece com o sintoma. Esta incidência pode parecer pequena, no entanto, no Brasil, corresponde à população da cidade do Rio de Janeiro. A incidência é maior no sexo masculino do que no feminino. Para cada 3 meninos gagos existe 1 menina com gagueira.

Não existe uma única causa para a gagueira, podendo estar relacionada a vários fatores, dentre eles o fator genético. Nesses casos, geralmente mais de um membro de uma mesma família é afetado. Além do fator genético, as causas da gagueira podem estar relacionadas a fatores orgânicos, sociais, e psicológicos. Entretanto, acredita-se que todos estes fatores estejam envolvidos, em maior ou menor grau (dependendo do caso), causando a gagueira.

A gagueira pode ter cura desde que o tratamento seja aplicado antes da adolescência (12 anos, aproximadamente) devido à plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade de aprendizagem do cérebro que começa a diminuir no início da adolescência. A partir desta idade, há tratamentos com uma grande chance de melhora. A gagueira é involuntária, por isso, para superá-la, não basta ter força de vontade, ficar calmo, respirar ou pensar antes de falar. É necessário um tratamento personalizado com fonoaudiólogo.

Dentre os sintomas mais representativos da gagueira podemos encontrar a repetição de sons e sílabas; prolongamento de sons; bloqueio de sons; pausas prolongadas; ritmo da fala alterado, além de outros comportamentos utilizados pela pessoa na tentativa de mascarar a gagueira: uso de interjeições (“éh, ahhh...”); troca de palavras durante a fala; simplificação de frases; movimentos de partes do corpo na tentativa de liberar um som ou uma sílaba que está bloqueada.

Existem sintomas que não são visíveis para a sociedade, mas igualmente importantes para a pessoa que gagueja: o sofrimento e a frustração por não conseguir falar fluentemente, o medo e a vergonha de gaguejar em determinadas situações. Além disso, a pessoa que gagueja também precisa lidar com o preconceito e o estigma social.

Se você possui uma criança com gagueira tente seguir as seguintes orientações: evite corrigir a criança; não diga para ela falar certo, respirar antes de falar ou parar e pensar. Ela não compreenderá suas observações pois, para ela não existe nada de errado com sua fala até ser apontado pelas pessoas que convivem com ela. Tente ficar tranqüilo e prestar atenção ao que a criança fala e não aos “tropeços” que comete; faça comentários interessantes e pertinentes à conversa e, principalmente, permita que ela tenha um espaço e um tempo para falar, sem pressa e sem cobranças.

Caso os sintomas não desapareçam entre dois e três meses, procure um fonoaudiólogo com especialização nessa área. Maiores informações sobre a gagueira poderão ser encontradas no site: www.gagueira.org.br.

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