Descaso das Autoridades

Hospital Azevedo Lima apresenta estado crítico na estrutura e atendimento
Caroline Durand

Demora de mais de sete horas no atendimento de emergência, pacientes em macas no corredor por mais de um mês, quando não ficam dois ou três dias esperando leitos sentados na enfermaria. Este é o cenário que os pacientes do Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, dizem encontrar na unidade de saúde.

Segundo os pacientes, a situação do Heal, que já não era suficiente para atender a demanda da cidade, piorou bastante depois que parte dos servidores do Hospital Municipal Carlos Tortelly, no Centro de Niterói, entrou em estado de greve, e que a emergência do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) entrou em reforma.

Ontem pela manhã, quem procurou atendimento no Heal conta que apenas um clínico geral estava disponível para consultas e que não não havia ortopedista.

A estudante Tainá Ferreira, 16 anos, desmaiou duas vezes depois que chegou ao hospital, por volta das 9 horas, com forte dor de cabeça, e aguardava para ser atendida. De acordo com ela, sua pressão arterial foi aferida duas vezes, mas as enfermeiras informaram que ela ainda teria que aguardar. Apenas às 14 horas, a jovem conseguiu ser atendida.

Familiares de pacientes internados no Heal denunciam que no corredor próximo à emergência, há cerca de dez pessoas em macas, esperando por cirurgias ou em observação, recebendo medicamentos.

No dia 19 de junho, o aposentado José Britto, de 68 anos, chegou ao Heal com uma obstrução em uma veia na perna direita. Ele conta que passou cinco dias sentado em uma cadeira na enfermaria, até vagar um leito improvisado.

"É muito barulho, meu pai fica agitado, não têm o descanso que deveria ter, pois aqui é sempre muito movimentado. Mas é melhor ele ficar aqui do que em casa, pois recebe os remédios e o tratamento necessário", conforma-se o filho do aposentado, Luiz Britto.