terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Big Brother Brasil (Texto: Luiz Fernando Veríssimo)

BIG BROTHER BRASIL

(Luiz Fernando Veríssimo)


 Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A  décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos "heróis", como são chamados por Pedro Bial.
Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um "zoológico humano divertido" .Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

 Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que  recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. 

Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? 

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados...

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem  sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.


Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?


 (Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.
















ATENÇÃO!!


Caro leitor!




Hoje, dia 17 de fevereiro li no site E-Farsas.com ( http://www.e-farsas.com/ ) sobre o texto acima mencionado, que ele não foi redigido, e muito menos, assinado pelo escritor Luis Fernando Veríssimo.


Atenciosamente,


Rosemary Quintas









Pesquisas!





O texto, supostamente assinado pelo escritor Luis Fernando Veríssimo, fala (de forma negativa) sobre um dos programas mais populares da TV brasileira, o Big Brother Brasil.
Essa mensagem sobre o BBB11 começou a circular em janeiro de 2011, porém, o texto é bem mais antigo do que isso! Em março de 2010, já recebemos textos semelhantes.
Em abril de 2010, o blog São Miguel Paulista postou a mensagem e, no Yahoo Respostas o artigo foi postado há 10 meses, ou seja, em abril de 2010, com algumas modificações.
Afinal, Luis Fernando Veríssimo é mesmo o autor do texto?
Não! Veríssimo não escreveu o artigo!
Em nota enviada ao jornalista Ricardo Noblat no dia 4 de abril de 2010, o próprio Luis Fernando Veríssimo afirma que o texto não é seu:

Luis Fernando Veríssimo

...Não fui eu que escrevi. Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três ou quatro brasileiros que nunca o acompanharam.” 







Leia mais:
Fonte: http://www.e-farsas.com/artigo.php?id=246

4 comentários:

  1. Achei o post muito bom. Também sou contra programas como o BBB e é uma lástima que uma pessoa extremamente culta como Pedro Bial apresente-o. Mas também devemos pensar que, no fim das contas, (também) com esse dinheiro ele banca a vida dele, dos filhos, inclusive os estudos da filha no exterior. Quanto a influência que o Big Brother traz ela é obviamente ruim. Big Brother é pegação, briga, festas e outras coisas que não são indicadas para um programa familiar, mas a Globo [bem como o resto da mídia brasileira] nunca se preocupou com isso, visto que até os jornais são comprados e parciais; se até jogo de futebol teve data mudada para não atrapalhar a programação/audiência da rede Globo você acha que eles abririam mão de um programa que dá audiência para um educativo ou que proporcione a cultura? No final, é tudo uma questão de IBOPE ... o que me deixa indignada é que quem dá os oito milhões que a Globo arrecada com os paredões somos nós.

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  2. Se posso discordar do texto em alguma instância, é o fato de eu considerar que ele, sim, reflete exatamente os desejos, anseios e tendências do povo brasileiro.

    Que prefere adorar uma arena circense de hamsters como se fosse uma novela na qual pode intervir.

    Que considera "ganhar no bbb" uma meta de vida, ao contrário de estudar, protestar contra o baixo nível cultural e social do país e fazer realmente algo proveitoso de sua vida.

    Que culpa diariamente governo, instituições, criminalidade e falta de condições para viver, mas se senta passivo em frente à TV e prefere não fazer nada a respeito.

    Que não tem a menor ideia do que seja democracia, ou do que poderia fazer como uma força de mudança no páis se colocasse em prática suas máximas.

    Não assisto bbb. Não gosto. Mas não negarei que ele reflete exatamente todas as pessoas que não perdem um episódio. Pessoas motivadas pela apatia como nova ordem mundial.

    Grande postagem, minha amiga. Abração.

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  3. Agradeço a Autora do Politicando e ao Pensador Louco pelos comentários pertinentes.
    Abraços.

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  4. Comparar o BBB à Roma foi espetacular!!! E muito verídico!!
    Só podemos avaliar algo se temos conhecimento de causa. Posso lhes dizer que assisti 1 ou 2 episódios do lá distante 1º BBB. Foi o suficiente para qu eu entendesse que não é o gênero de programa que busco para minha vida e para minha família. Com essa agitaçao do dia-a-dia já temos tão pouco tempo para a família, os amigos e para nós mesmos, quem dirá "jogar tempo preciosos fora" com algo tão deprimente!
    Como comentado, poderiam dizer refletir as ânsias do povo brasileiro...será mesmo? Será que podemos generalizar que esse povo tão sofrido e castigado, que tem começado a se descobrir e a crescer, tendo uma maturidade maior busca isso mesmo? Uma parte podemos dizer que sim, vide os números do programa. Mas e aqueles outros tantos como nós que não assistimos? O mais inmportante no entanto é que o autor nos leva a refletir... quem cala consente mas quem reflete busca a essência e tem maiores e melhores horizontes de mudar!
    Os dados estão lançados!!! Basta não assistirmos e...
    Luciano
    lucianosteffen.blogspot.com

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