sábado, 10 de julho de 2010

SOLTAR BALÃO, É CRIME!

Risco de soltar balão




.Apesar do trabalho preventivo ,
é necessário elaborar leis em que
sejam tratados os riscos impostos por balões.



 



A ameaça representada pelos balões de ar quente não-tripulados é irrestrita. Atinge instalações industriais, como as refinarias de petróleo, onde provocam incêndios em tanques e áreas adjacentes. No ano de 1998, na Refinaria de Duque de Caxias - REDUC, responsável por 60% do abastecimento do Estado do Rio de Janeiro, dois incêndios foram causados por balões. Em 1999, até meados de maio, um incêndio foi provocado no parque de bombas que trazem o óleo crú para dentro da Refinaria. Aliás, contrariando o que alegam os baloeiros, as estatísticas da REDUC acusam que dois em cada três balões caem acesos.



As florestas e matas virgens também não escapam da destruição maestrada pelos baloeiros. Embora o Código Florestal estabeleça, desde 1965, a soltura de balões como contravenção, tais artefatos continuam devastando grandes áreas verdes. Entre 1993 e 1997, os balões provocaram 14.011 incêndios em vegetações na área do Rio de Janeiro. O problema é agravado pela menor umidade do ar no outono, que coincide com o aumento da atividade baloeira, motivada pelo Dia do Trabalho, Dia das Mães e, sobretudo, pelas Festas Juninas.





Em defesa do meio ambiente, a Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, em sua Seção II, que trata dos crimes contra a flora, estabelece:



"Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:

Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente."



Esse instrumento legal passou a ser o que de mais forte existe contra a atividade baloeira. As Secretarias de Segurança Estaduais têm atuado intensamente, por meio de suas Polícias Militares, Corpos de Bombeiros e Polícias Civis, para coibir todas as atividades voltadas à prática de soltar balões. Muitos balões têm sido apreendidos ainda na fase de confecção, que é o melhor momento para reprimir esse crime. Durante os festivais, quando grandes balões são soltos, ocorre a aglomeração de milhares de pessoas, muitas portando armas de fogo. Agir em tais circunstâncias colocaria em risco a vida das pessoas e dos policiais.



O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, CENIPA, juntamente com outros órgãos ligados à segurança de vôo, como o Departamento de Aviação Civil, a Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, tem atuado para minimizar o risco imposto pelos balões não-tripulados às aeronaves. A ameaça ao vôo seguro é caracterizada por diversos aspectos inerentes ao uso do espaço aéreo.



A incidência de balões nas zonas de controle de tráfego de aeródromo tem sido preocupante. Em 1998, foram recolhidos 118 balões no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e 40 no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio. Durante as decolagens e pousos, a carga de trabalho da tripulação é elevada, atraindo a atenção para dentro da cabine. Aliado a isso, a dinâmica de vôo nas modernas aeronaves faz com que os pilotos voem por instrumentos mesmo sob condições de céu claro, aspecto que torna o risco de colidir com um balão ainda mais elevado.



Grande também é o risco representado pelos balões que povoam o espaço aéreo nos diversos níveis de vôo das áreas terminais. Não há como plotar o balão no radar de bordo, que é meteorológico, tampouco no TCAS – Traffic Alert and Avoidance System, que requer um transponder acionado. Da mesma forma, o balão não é identificado pelos órgãos de controle de tráfego, cujos radares não detectam o artefato devido ao insuficiente eco radar.






O alcance dos grandes balões é espantoso. Têm sido avistados a 15.000 pés de altitude. O emprego de buchas acionadas em seqüência aumenta a autonomia, fazendo com que a permanência no ar dessas verdadeiras minas seja prolongada. Os balões têm apresentado dimensões cada vez maiores, ultrapassando 40 metros de altura e peso total superior a 100 quilos. A tecnologia empregada na confecção utiliza bujões de gás, baterias de automóveis, cordões especiais e arames, dentre outros materiais de alta resistência.



O Centro Técnico Aeroespacial utiliza uma fórmula para encontrar a força do impacto entre uma aeronave e um balão. Cálculos matemáticos mostram que uma aeronave na aproximação, com 150 nós, ao colidir com um balão de 10 quilos, sofrerá uma força de 2,56 toneladas. A situação é agravada com o aumento da velocidade da aeronave e do peso do balão: uma aeronave em descida na área terminal, com 250 nós, ao colidir com um balão de 150 quilos, receberá um impacto de 208 toneladas, ou seja, equivalente a meia aeronave Boeing 747. Além disso, há a capacidade explosiva dos fogos de artifício e dos bujões de gás. Pássaros, que são bem mais leves, menores e não explodem, já derrubaram aeronaves de todos os portes, inclusive Boeing 737 (Etiópia, 1988) e Boeing 707 (Alasca, 1995). Não há defesa contra os balões.



A Lei 9.605/98, que trata dos crimes contra o meio ambiente, alude aos incêndios sem, contudo, contemplar o perigo imposto pelos balões às aeronaves. Em face disso, o CENIPA defende a idéia de uma Lei específica, em cujo bojo sejam tratados os riscos impostos pelos balões não-tripulados e, ainda, pelos pássaros. Por ora, o órgão central do SIPAER, num trabalho integrado com outras entidades, tem atuado intensamente para reduzir o número de balões que sobem nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro.





      Bombeiros Emergência     

"Não são heróis, são profissionais com uma missão." ."

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Silvio, boa noite!

      Soltar balão é um ato criminoso.

      Obrigada pela visita e cometário.
      Seja bem-vindo!

      Rosemary Q.

      Excluir

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